As pandemias – cuja característica fundamental é a disseminação em larga escala, em várias áreas geográficas do planeta – são cíclicas e tendem a causar inúmeras vítimas e milhares de pessoas infectadas em todo o mundo. Quais são as principais pandemias registadas pela historiografia universal?
Coronavírus, pandemia global
É em curso o Coronavírus, declarado como pandemia globale pela OMS, no passado dia 11 de Março. O que parecia inicialmente uma banal gripe, nos últimos meses se tem demonstrado um vírus bastante letal, com taxas de mortalidade acima dos 30% entre pessoas de terceira idade, na Itália. A península itálica, todavia, embora sendo o país europeu mais afectado, a OMS considera a Europa como o epícentro desta pandemia, isto porque enquanto os casos diminuem na China (onde se teria originado em meados de Dezembro de 2019), com centenas de pacientes a receber alta médica, aumentam na Europa e noutros países do mundo. Na Itália, por exemplo, de acordo com dados do Ministério da Saúde de hoje, 15 de Março de 2020, foram registados 17.750 casos positivos, dos quais 1441 vítimas mortais e 1966 curados.
Abaixo estão os dados divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC):
no geral, foram notificados 39 768 casos positivos na UE e no Reino Unido, assim distribuídos: Itália (17 750), Espanha (5 753), França (4 499), Alemanha (3 795), Reino Unido (1 140), Países Baixos (959), Suécia (924), Noruega (907), Dinamarca (827), Bélgica (689), Áustria (655), Grécia (228), República Tcheca (214), Finlândia (210), Eslovênia (181), Portugal (169) ), Islândia (138), Irlanda (129), Estônia (115), Romênia (113), Polônia (104), Eslováquia (44), Bulgária (41), Luxemburgo (38), Croácia (37), Hungria (31) ), Letónia (26), Chipre (21), Malta (18), Lituânia (9) e Liechtenstein (4).
Como se pode ver neste quadro, a pandemia de Covid-19 regista uma rápida expansão não só nos territórios da União Europeia e do Reino Unido, mas também nos EUA, na Coréia do Sul, no Japão e em alguns países africanos como a Argélia, o Senegal, o Egipto e a Nigéria. No entanto, por mais perigoso o vírus possa parecer para as gerações Y e Z, a história traz-nos muitos outros casos de pandemias que ocorreram ao longo da história, e aqui elencamos os mais letais, alguns dos quais datam inclusive desde antes de Cristo.
As principais pandemais
A peste de Atenas, de 430 a.C., aconteceu em plena guerra de Peloponeso entre Atenas e Esparta. Segundo John Horgan, a peste de Atenas se teria alastrado pelos países do Mediterrâneo até 426 a.C, quando desapareceu, vitimando cerca de 2/3 da população, que era de cerca de 300,000 pessoas.
Para a History, a praga de Justiniano, de 541 d.C., espalhou-se no Império Bizantino, na Palestina e noutras áreas vizinhas. Essa pandemia durou mais de dois séculos. Segundo estimativas modernas apresentadas por Jenny Howard, de National Geographic, quase 100 milhões de pessoas, isto é, metade da população europeia, teria sido morta.
Já na Idade Média, registaram-se muito mais pandemias do que as registadas na Antiguidade, entre as quais a lepra do século XI, com o número de vítimas não identificado, dado que se acreditava – como em muitas outras pandemias na época – que era uma maldição divina. No século XIV, a Europa e europeus foram mais uma vez infectados pela peste bubônica que, possivelmente vinda da Ásia, passando pelo canal de Messina, vitimou cerca de 1/3 da população europeia (25 milões) e 2/3 daquela mundial.
Segundo Korin Miller, a grande praga de Londres, de 1666, por sua vez, vitimou cerca de 20% da população de Londres, que Howard estima em cerca de 70,000 residentes, ao mesmo tempo que a peste bubônica fazia ainda vítimas entre os europeus e não só, se considerarmos que com o Expansionismo Europeu do século XV muitos europeus trouxeram vírus infecciosos para novos locais de chegada na América e em África. Segundo a History, cerca de 90% da população nativa (cerca de 60 milhões de pessoas) do chamado Mundo Noco, teria morrido com o chamado Columbian Exchange.
Apesar das melhorias registadas no sistema sanitario do mundo pós-Revolução Industrial dos séc. XVIII-XIX, a gripe espanhola, de 1918 a 1919, derivada do vírus H1N1 (de origem desconhecida, mas assim designada porque as autoridades espanholas foram as primeiras a relatar os casos) teria infectado 1/3 da população mundial (500 milhões de pessoas) e vitimado entre 50 e 100 milhões de pessoas.
Desde então e até 2009, foram registadas outras pandemias globais de influenza causadas por vírus H2N2, entre elas a gripe de 1957-1958, com cerca de 1,1 milhão de vítimas em Hong Kong, China, Estados Unidos, Singapura, Reino Unido e outros países. Já em 2009, a gripe H1N1 eclodiu nos Estados Unidos com mais de 60 milhões de casos, incluindo 13.000 mortes nos EUA e no mundo.
Eventuais causas
Uma característica comum dessas pandemias é que sua origem deriva da transmissão do vírus de vários animais ao Homem, ou da falta de higiene pessoal e comunitária, bem como do sistema de saúde deficiente do momento. Todavia, na era moderna, em que os Estados são adoptados com laboratórios de nível 4, capazes de criar vírus para fins militares, não se descarta que algumas dessas pandemias tenham sido criadas laboratorialmente, para levar a cabo guerras biológicas.
A humanidade continuará
Apesar da historiografia dessas mesmas pandemias parecer revelar altas taxas de mortalidade entre várias faixas etárias em todo o mundo, os governos e as sociedades envolvidas demonstraram coragem em enfrentá-las, encontrando soluções adequadas tanto na produção de vacinas, quanto na tomada de medidas eficazes de prevenção e contenção.
Em suma, em comparação com o passado, a Ciência Médica hoje está altamente evoluída, os padrões de vida melhoraram consideravelmente e os sistemas de saúde de cada país estão melhor equipados para combater e derrotar vírus de pandemia e salvar a humanidade. Assim, com a responsabilidade partilhada entre povos, o Coronavírus também será derrotado mais cedo ou mais tarde e a vida de pessoas, famílias, empresas e nações retomará seu curso histórico…até ao próximo ciclo pandêmico!
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