Angola esteve mergulhada num conflito armado, que pode ser caracterizado em três fases.
A primeira fase que vai de 1961 a 1974, foi a da luta armada para a independência de Angola;
A segunda de 1975 a 1991, foi a da primeira guerra civil, protagonizada pelos três movimentos independentistas; e a última de 1992 a 2002, teve a ver com com o início da segunda guerra civil e o culminar da mesma, que deu azo à assinatura dos acordos do Luena de 04/04/2002.
Alcançada a independência nacional em 1975, Angola realizou as primeiras eleições multipartidárias em 1992; as segundas em 2008; as terceiras em 2012 e as quartas terão lugar aos 23 de Agosto do corrente ano.
Às primeiras eleições realizadas de 29 a 30 de Setembro de 1992, 16 meses depois depois da assinatura dos acordos de paz de Bicesse, participaram 18 partidos políticos nas legislativas (incluindo coligações), dos quais apenas 8 tiveram assentos parlamentares (AD-Coligação, FNLA, MPLA, PLD, PRD, PRS, PSD e a UNITA), enquanto que nas presidenciais participaram 11, mas só 2 candidatos (José Eduardo dos Santos, candidato do MPLA e Jonas Malheiro Savimbi da UNITA) tiveram percentuais mais importantes que os apuraria para a segunda volta das eleições.
26 anos depois, realizam-se as segundas eleições na história de Angola, depois dos acordos do Luena, isto em 2002. Nestas eleições que tiveram lugar em 2008, participaram 14 partidos e coligações dos
Partidos políticos, entre os históricos (FNLA, MPLA e a UNITA), e os novos partidos e coligações dos partidos políticos. Como resultado final, 5 partidos políticos tiveram assentos parlamentares (FNLA, MPLA, ND, PRS e a UNITA).
Um dado importante a assinalar tem a ver com a regularidade na realização de eleições periódicas angolanas de 5 em 5 anos. É assim que foram realizadas eleições em 2012, às quais participaram 4 partidos políticos e 5 coligações dos partidos políticos (CASA-CE, CPO, FUMA, FNLA, MPLA, ND, PAPOD, PRS e a UNITA), enquanto que neste ano participarão 1 coligação e 5 partidos políticos, nomeadamente: APN, CASA-CE, FNLA, MPLA, PRS e a UNITA.
De 1992 para cá, vê- se que o número dos partidos e coligações dos partidos políticos vem diminuindo substancialmente. Se em 1992 participaram 18 partidos políticos e coligações dos partidos políticos, em 2008 o número baixou para 14; em 2012 para 9 partidos políticos e coligações dos partidos políticos e enquanto que em 2017 baixou para 6 partidos políticos e uma coligação dos partidos políticos. Com base nestes dados, surgem as seguintes questões:
1- Será que nas próximas eleições de 2022, o número dos partidos políticos ou coligações dos partidos políticos concorrentes poderá decrescer ou crescer?
2- Será que o regime angolano adoptará o sistema do regime Bipartidário?
Respondendo a primeira questão, penso que, o número poderá decrescer porque nota-se um desinteresse por parte de alguns cidadãos em criarem mais forças políticas. O que poderá acontecer é que as forças políticas já existentes, que de qualquer modo foram extintas, poderão aliar-se aos outros partidos políticos ou coligações dos partidos políticos a fim de torná-los cada vez mais fortes.
De seguida, penso que não, porque é possível que permaneçam mais partidos políticos ou coligações dos partidos políticos, mas que não serão abaixo de 3 partidos políticos.
Surge mais uma outra questão, será que os partidos históricos desaparecerão dando surgimento à novas forças políticas?
A está questão, espero que o futuro responda.
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